12.5.15

no meu café
em buenos aires
tem uma velha
que gosta de
se sentar na
janela
como eu
ela chega
de cadeira
de rodas
empurrada
por uma
moça
que discorda
de tudo
o que ela fala
y eso qué tiene
que ver

elas pedem
o de sempre
e olham
pela janela
como eu
o café também
é velho
sem charme
pequeno
não é
como os outros
orgânicos
coloridos
amplos
neles não há
velhos

a velha
fala mal
de uma moça
do outro lado
do vidro
acompanhante
discorda
as duas comem
o de sempre
a moça lê
o jornal
a velha se queixa
da luz
ela se dá conta
que a observo
e escrevo
no sé qué mira
esa chica

3 Comments:

At 6:50 PM, Blogger Lucas Grosso said...

nighthawks platino; paloma vidal bebe uma xícara de café, nick adams conversa com brotodeau sobre como ele jogava suas bolinhas de gude no pátio e como se distrincha um frango; eu quero que ela morra, diz aldir blanc, enfim, a borboleta atíria mais vadia da sua literatura. não é paloma vidal, não é buenos aires, não é nada disso, só, talvez a confluência perturbada de algum lugas grosso sentado bebendo uma cerveja quente, só; uma imaginação que une filmes músicas pinturas e literaturas porque ele nada tem a dizer que alguém já antes não tenha dito.

e tudo, graças ao marketing, concluí, agora citando, sem bem o saber porquê, fernando namora.

 
At 12:30 PM, Blogger Luísa Zanni said...

buenas, paloma :)

sou estudante de Letras e curiosa. quando vi seu nome e os comentários da Beatriz Resende sobre a sua obra, não me contive e quis te ler.

e, lendo, não me contive e precisei vir aqui me apresentar e dizer: adorei o que li.

obrigada por escrever.
beijos,
luísa

www.artezanni.wordpress.com

 
At 4:44 PM, Blogger paloma vidal said...

obrigada, luisa.
gostei muito do seu blog e dos cadernos.
um abraço,
paloma

 

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